Por que Lauryn Hill é uma das atrações mais aguardadas do The Town?
Lauryn Hill fez o melhor álbum de todos os tempos? Lauryn Hill sobe ao palco do The Town neste sábado (6), em São Paulo, cercada de expectativas. Seu único ...

Lauryn Hill fez o melhor álbum de todos os tempos? Lauryn Hill sobe ao palco do The Town neste sábado (6), em São Paulo, cercada de expectativas. Seu único disco de estúdio, “The Miseducation of Lauryn Hill”, completou 27 anos em 2025 e ainda ocupa um lugar único no imaginário popular. A espera em torno de Lauryn Hill não se explica apenas pela escassez de lançamentos. O mistério que envolve a artista também alimenta a curiosidade. Depois de atingir o auge nos anos 1990, ela se afastou dos holofotes e nunca lançou um segundo trabalho de inéditas. Essa ausência prolongada transformou cada aparição ao vivo em um evento raro. No The Town, esse efeito se multiplica: ver Lauryn Hill no palco é como presenciar uma lenda que se mantém distante da rotina dos lançamentos e turnês incessantes que marcam o mercado atual. Um único álbum que virou lenda Lauryn Hill em 1998, em sessão de fotos para 'The Miseducation of Lauryn Hill' Reprodução Lançado em 1998, “The Miseducation of Lauryn Hill” é o único registro completo da cantora em estúdio. O disco misturou rap, soul, reggae e R&B em uma combinação que expandiu as fronteiras da música negra e trouxe novas perspectivas para a cena mundial. O impacto foi imediato: o álbum vendeu milhões de cópias, ganhou prêmios e colocou Lauryn Hill como uma das maiores vozes de sua geração. Mais de duas décadas depois, a obra continua reverberando. Em 2025, o disco foi eleito o melhor álbum da história em listas que medem a influência e a relevância de grandes trabalhos musicais. A escolha reforça o caráter atemporal do disco: mesmo lançado no fim dos anos 1990, ele permanece como referência obrigatória para novas gerações de artistas e ouvintes. Expectativa e raridade A combinação entre escassez e consagração explica por que Lauryn Hill é vista como a atração mais aguardada do The Town. O público sabe que não está diante de uma artista que se apresenta com frequência, tampouco de alguém que alimenta sua carreira com lançamentos constantes. Pelo contrário: Lauryn construiu sua mística justamente por ter seguido um caminho oposto ao da indústria. Enquanto outros nomes mantêm carreiras ativas com vários discos e turnês anuais, ela decidiu permanecer quase em silêncio criativo. Essa escolha, embora tenha frustrado parte dos fãs ao longo dos anos, acabou reforçando a aura de exclusividade em torno de cada show. Assim, quando ela aparece em um palco, como acontecerá em São Paulo, o clima é de reverência. Lauryn Hill venceu cinco Grammys por 'The Miseducation of Lauryn Hill', em 1999 AP Photo/Reed Saxon, file Do auge à consagração O lançamento de “The Miseducation of Lauryn Hill” não foi apenas um marco artístico. O álbum também foi um divisor de águas na forma como a música pop passou a encarar as narrativas femininas, sobretudo vindas de uma artista negra, que transitava entre rap, reggae e R&B. A honestidade das letras, somada à habilidade vocal e à fusão de estilos, deu ao disco uma força que atravessou fronteiras culturais. A consagração como o melhor álbum da história não é apenas um título simbólico: é o reconhecimento de que a obra mudou o curso da música popular, influenciando incontáveis artistas e inspirando novas formas de expressão. Por que o show é imperdível? Com esse histórico, o show de Lauryn Hill no The Town não é apenas mais uma apresentação de festival. Para muitos, será a chance de ver ao vivo uma artista que preferiu o silêncio à repetição, que se afastou do mercado sem perder relevância, e que segue como referência mesmo com apenas um disco lançado. É essa combinação de raridade, mistério e importância histórica que faz de Lauryn Hill a atração mais aguardada do festival. Ao subir no palco, ela não estará apenas apresentando músicas que marcaram época. Ela vai defender um legado construído sobre um único álbum, capaz de atravessar gerações e continuar sendo celebrado quase três décadas depois.