Claudio Nucci e Zé Renato se reúnem após 40 anos para hastear ‘A bandeira do porvir’, música de Marcio Borges e Milton Nascimento inédita em disco
Claudio Nucci (à esquerda) e Zé Renato celebram os 40 anos do primeiro e único álbum gravado pelos cantores como dupla Alexander Landau e Dri Gonçalves co...

Claudio Nucci (à esquerda) e Zé Renato celebram os 40 anos do primeiro e único álbum gravado pelos cantores como dupla Alexander Landau e Dri Gonçalves com arte de Philippe Leon ♫ NOTÍCIA ♪ Remonta ao ano de 2012 a origem da música-título do single A bandeira do porvir, programado para ser lançado em 8 de agosto, marcando a reunião de Claudio Nucci e Zé Renato 40 anos após a edição do primeiro e único álbum dos cantores como dupla, Pelo sim pelo não (1985). É que, de 3 a 5 de agosto daquele ano de 2012, chegou à cena de Belo Horizonte (MG) o musical sinfônico Semente – A bandeira do porvir, orquestrado sob direção de Claudia Brandão e Marcio Borges, compositor fundamental no Clube da Esquina pelas letras escritas para músicas de Milton Nascimento e Lô Borges. O time de convidados do espetáculo incluía Claudio Nucci e Zé Renato, este como integrante do grupo Boca Livre. Durante os ensaios do musical, Nucci recebeu das mãos de Marcio uma fita com a gravação, na voz de Milton, da então inédita música-título A bandeira do porvir, composta por Milton e letrada por Marcio. A missão de Nucci era harmonizar o registro de voz e violão para ele cantar A bandeira do porvir no musical apresentado no Palácio das Artes, um dos palcos mais importantes de Belo Horizonte (MG). Só que os diretores do espetáculo optaram por mostrar a música ao público, na voz de Milton, com o áudio da fita. Assim foi feito e a música caiu no esquecimento após a minitemporada do espetáculo. Mas nunca saiu da mente de Claudio Nucci e Marcio Borges. Tanto que, em encontro casual de Borges com Nucci, em 2024, surgiu a ideia de reavivar a música A bandeira do porvir. Com o aval dos compositores da canção, Claudio Nucci então orquestrou a produção musical da faixa, arregimentando os músicos Márcio Resende (flauta), Paulo Calasans (piano), Rafael Lorga (ritmo) e Rômulo Gomes, (baixo fretless), além do próprio Claudio Nucci nos violão, no arranjo e na mixagem do fonograma. A voz de Zé Renato foi posta em momento posterior, quando Maurício Gouvêa procurou Zé Renato e sugeriu o lançamento de gravação inédita de Eu sambo mesmo (Janet de Almeida, 1945), sobra encontrada nas fitas demos do álbum Pelo sim pelo não, para celebrar os 40 anos deste disco impulsionado pela veiculação da música-título Pelo sim pelo não (Claudio Nucci, Zé Renato e Juca Filho, 1985) e da canção A hora e a vez (Claudio Nucci, Zé Renato e Ronaldo Bastos, 1985) na trilha sonora da novela Roque Santeiro (1985 / 1986), um dos maiores sucessos da história da teledramaturgia da TV Globo. Zé aceitou lançar o registro de Eu sambo mesmo – samba que o Boca Livre cogitou regravar em um dos álbuns do grupo, mas que acabou no repertório dos shows da dupla formada por Claudio Nucci com Zé Renato – com a proposta adicional de relançar o fonograma de 1985 juntamente com uma gravação de 2025 para mostrar a dupla em ação no presente. Consultado, Nucci deu ok, falou da gravação de A bandeira do porvir e todos se afinaram. O resultado é o single que será lançado pelo selo Discobertas – em edição digital em 8 de agosto e no formato físico de vinil de sete polegadas, previsto para o fim do ano – com a primeira gravação em dupla de Zé Renato com Claudio Nucci em 40 anos. O trunfo é a faixa-título A bandeira do porvir. A música melodiosa de Milton se ajusta com a letra lírica em que Borges põe fé no amanhã e no eterno recomeçar do ciclo da vida. Já a audição do registro de Eu sambo mesmo – feito pelos cantores em 1985 com os toques dos músicos Carlos Bala (ritmo), Luiz Avellar (teclados), Nico Assumpção (1954 – 2001) (baixo), Ricardo Silveira (guitarra) e Serginho Trombone (1949 – 2020) (trombone) – mostra que Zé e Nucci tiveram razão em limar a gravação da seleção final do álbum Pelo sim pelo não, já que o disco seguiu por outro caminho. Com capa que expõe Claudio Nucci e Zé Renato em fotos de Alexander Landau e Dri Gonçalves, com arte de Philippe Leon, o single A bandeira do porvir tem produção executiva de Marcelo Fróes e produção artística de Maurício Gouvêa Memeca Moschovich. O disco faz parte do projeto Claudio Nucci e Zé Renato 40 anos (1985 – 2025), mas as quatro décadas são do álbum da dupla. A conexão dos cantores já contabiliza 50 anos, pois a parceria começou no início dos anos 1970, década em que, ainda estudando no Colégio Rio de Janeiro, os artistas debutantes começaram a se apresentar em festivais de música do circuito estudantil carioca. Vieram naqueles anos 1970 os grupos Cantares (com Zé), Semente (com Nucci) e, claro, o Boca Livre, plataforma que alçou os dois cantores ao sucesso nacional a partir de 1979. E o resto foi história que ganhará novo capítulo em agosto com a edição do single A bandeira do porvir. Capa do single ‘A bandeira do porvir’, de Claudio Nucci & Zé Renato Alexander Landau e Dri Gonçalves com arte de Philippe Leon